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10º Encontro de RPG no CCJ

Monstros, Vampiros, Alienígenas - Nada a temer!

Nos dias 22 e 23 de outubro foi realizado a 10ª Edição do Encontro de RPG no CCJ. Em um ano difícil em tantos aspectos, para as artes e cultura em geral não foi diferente. Obstáculos surgiram de todas as formas. Espaços, equipamentos, ajuda de custo, conflito de agendas.

Fantasmas, Criaturas, Duendes - Nada a temer!

Com o cotidiano devorando nosso tempo, expectativas e planos sofreram para caminhar, dilemas urbanos, sobrevivência. Discutimos engajamento enquanto nós mesmos lutamos para continuar engajados - e resistindo. É a conta para pagar, o plano que atrasa, o tempo que se esvai.

Preconceito, Discriminação e Desinformação - Nada a temer!

Produzir arte na esperança de alcançar as pessoas, competindo com toda a sorte de mídias e informações desencontradas, e a violência da rotina avassaladora e alienante dos dias de trabalho, muitas vezes precário.

E em meio a esse turbilhão de coisas, ter que lidar com uma crescente onda de conservadorismo, de gente obtusa, haters, stalkers, pessoas procurando apenas autopromoção, distribuindo ódio e fomentando confusão, cínicos.

Parece desolador? Então porquê nada a temer?


Por que os desafios se suplantam quando não se está só; quando o poder da organização e companheirismo de um coletivo se sobrepõe às angústias individuais e abrem-se novos caminhos para sonhos, criações e conquistas.

Quem foi jogar RPG com as Minas de Moria pode perceber como elas são dedicadas, mas não imagina como os bastidores revelam um compromisso e trabalho ainda maiores. Com elas nada é apenas “o básico”, tudo é acompanhado de sugestões, de ideias, de iniciativas. Isso quando não nos escreviam apenas para desejar boa sorte.





Foto: Thomaz Barbeiro

Com elas, vieram vários outros parceiros, como a Funbox, a Liga das Garotas Mágicas, a Toca dos Pequenos, além de outros apoiadores que ajudaram de alguma forma, como o Livro dos Espelhos, Lure, RPGift, Lampião Game Studio, Galápagos Jogos, Dungeon Geek, Jambô e a Roleplayers. Vieram palestras, oficinas, painéis. Foi criado um jogo indie com o Jorge Valpaços e foi possível conversar com o pessoal da Dragão Brasil sobre o seu retorno, entre outras atividades (a lista completa é possível conferir no http://confrariadasideias.com.br/rpg-ccj/10/). Sem contar que as mesas eram todas decoradas com tema Halloween e tinham guloseimas e gostosuras para os participantes. E tinha também a linda mesa onde tentáculos do kraken saíam por todos os lados!




Foto: Thomaz Barbeiro

Com o Boi Voador se espera o surpreendente, mas o que ocorre vai além disso. Não só no que toca ao larp que produzem. Quando a engrenagem começa a girar, temos a sensação de gêmeos que completam frases e pensamentos. Ainda que digam que os grupos possuem membros em comum, a sinergia de trabalho transforma matéria bruta, morta, em arte transformadora, e isso não tem nada de trivial. Cenografia, sonorização, iluminação, em cada aspecto da produção houve mais que uma simples cooperação.





Foto: Luiz Falcão




Poder testemunhar duas produções como "Último dia em Antares" e "Aos 8 dias em Heinemann Street" em um mesmo espaço, divididos por apenas uma cortina, foi uma experiência única. Foram importantes aprendizados e conquistas, larps com propostas que provocam e estimulam a linguagem em outro patamar.






Foto: Thomaz Barbeiro





E quando se tem parceiros como o Fyrdraca realmente não há nada a temer! Também muito além da atividade que promovem, a relação é de irmandade: se for preciso subir uma montanha, a única pergunta que fazem é: "Quantas vezes precisam?".

A área medieval recebeu ainda uma decoração especial feita por um antigo parceiro de aventuras, Fabiano Losker!

A Megacorp veio para expor livros clássicos de RPG. Ouvi-los falar das referências não remete à nostalgia simples, pelo contrário, engaja novos e velhos jogadores a querer jogar mais.

E nos bastidores, as maiores lutas. Produzir por mais de 48 horas acordados, substituir materiais, mudar planejamentos de última hora por imprevistos, ilusões, inconveniências. Nas sombras das máquinas, os confrades correndo, provendo, errando, consertando. Um grupo que junto é capaz de manifestar coisas maiores que eles mesmos. Querendo sempre ir além, apesar dos Monstros, Vampiros, Alienígenas, Fantasmas, Criaturas, Duendes, Preconceituosos, Discriminadores e Agentes da desinformação, Autoritários, Irresponsáveis, Dissimulados, Cínicos, Golpistas.

Desde a primeira vez que assumimos o Encontro de RPG no CCJ, nosso desejo era criar uma atmosfera de diversidade, de experiências – que participantes e produtores pudessem compartilhar o espaço e os papéis, apropriando-se do local público e utilizando-o ao máximo para potencializar essas expectativas. Foi essa premissa que permitiu que fossem manifestados larps como “Redhope – Terra dos Mortos” (2013), “Sombras da Guerra” (2014), “O jogo do bicho” (Boi Voador, 2014), “A Peleja dos Vivos na Noite dos Mortos” (2015), “Monstros” (Boi Voador, 2015) e neste ano “Aos 8 dias em Heinemann Street” e “Último dia em Antares” (Boi Voador).









Foto: Paulo Renault


Mas esse esforço hercúleo que a Confraria das Ideias procurou imprimir no conceito e aplicação do evento não seria pleno, talvez nem se manifestaria, sem o empenho dos grupos citados e seus membros – talvez o mais justo fosse citar nome a nome, mas correria o risco de deixar muita gente de fora aqui.




Foto: Leandro Godoy

E não podemos deixar de destacar outros apoiadores inesperados, como o Ateliê dos Manequins, a transportadora Inovan, a Tecnomoldura ou os produtores do CCJ, em especial ao Ítalo e ao incansável Clayton.

A 10ª edição do encontro foi marcada por uma forte sensação de que ali estavam pessoas dispostas a fazer mais que o comum, a ir de encontro ao que os pessimistas julgam impossível. Confrontamos os desafios e manifestamos que não ficaremos parados. É possível sim fazer arte, cultura, jogos de representação que representam mais que apenas diversão. São nossa vida, nosso futuro, nosso manifesto. Dito isto, na companhia dessas pessoas e grupos espetaculares, reafirmamos que não há nada a temer!




Um comentário:

  1. Gostei da matéria. Foi como passear por tudo que é descrito e ver o desenrolar do evento. Quanto ao conteúdo, os conheço bem e sei que foi bem pensado e preparado. Parabéns.

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